10 de agosto de 2009

BIOmBO
Marcas, marcas-pessoas
Grafadas, pinchadas.
Na parede da memória
Com azul anil.

Marcas do grito que
está calado na garganta
Do menino que rir.
Na porta do teu biombo.

O biombo do menino
Sem cama, sem sala, sem mesa.
Mas tem goteira, inundação.
Chão molhado, pingueira.

Marcas na memória do povo
Do povo marcado pela não-memória.
Da vida que não é vida,
Mas que tenta ser vida.

Vida tentada ser na pingueira
No biombo sem ser nada mais
A não ser querida
Por aqueles que querem viva: A vida.

Quem no biombo não quer
Viva a vida sua e dos teus.
Marcas que a vida-viva
Vive marcando a vida.

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